Minas tem 133 mil profissionais de saúde que não tomaram a 1ª dose da vacina.
Primeiros contemplados com a campanha de vacinação contra a Covid-19, 133.035 trabalhadores da saúde em Minas Gerais ainda não tomaram sequer a primeira dose. O Estado informou que distribuiu o imunizante que protege contra o vírus para toda a categoria. No entanto, por algum motivo não especificado, 14,14% não receberam a aplicação da vacina.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 964.409 pessoas atuam em território mineiro. Tratam-se de profissionais que trabalham nos hospitais, como médicos, enfermeiros e técnicos, e também os funcionários de laboratórios, clínicas e farmácias, tais como motoristas de ambulâncias, recepcionistas e seguranças.
A adesão da categoria à campanha, até esta sexta-feira (16), é de 85,86%. O balanço indica ainda que 587.422 indivíduos tomaram as duas doses e outros 2.372 receberam a dose única. O número significa que 61% completaram a cobertura vacinal.
“O Estado segue as recomendações do Plano Nacional de Vacinação e orienta as prefeituras a fazer uma busca ativa dos faltosos na vacinação”, destacou a pasta.
Em Belo Horizonte há 206 mil profissionais da saúde e 198.991 tomaram a primeira dose. Ou seja, 7.009 não se imunizaram contra o novo Coronavírus. A prefeitura ressaltou a importância da vacinação, mas destacou que não pode penalizar quem se nega a tomar a injeção.
“Não há lei municipal que determine punição ou restrição para quem se recusa a receber a vacina”, informou a Secretaria Municipal de Saúde. “É importante ressaltar que a estratégia principal para o enfrentamento à pandemia é a imunização da população”, frisou.
Perigo
Até o último dia 8, de acordo com a SES, 33.349 profissionais da saúde em Minas foram contaminados com a Covid-19, e 3.037 morreram em decorrência da doença. O pico de óbitos ocorreu em março, quando foram contabilizadas 601 vítimas.
Risco pessoal
Infectologista do Comitê de Combate à Covid na capital e professor da UFMG, Unaí Tupinambás explica que, sem a vacinação, são grandes as chances de os profissionais da saúde transmitirem a doença. “O risco maior é pessoal e, claro. Mas, nos casos assintomáticos, quem não está imunizado pode transmitir o vírus a familiares e pacientes”, declarou. Para o especialista, o ideal seria uma imunização de 100% da categoria, mas a adesão de 85,7% foi classificada como uma marca impressionante.
Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e também integrante do Comitê da PBH, Estevão Urbano endossa que o percentual de vacinados é bom. “Causa uma proteção individual, que é super importante, pois são pessoas expostas ao risco. E traz um benefício coletivo, porque, como elas estão mais expostas ao vírus, elas podem contrair e transmitir mais”, disse.
Apesar disso, o médico pondera que uma falta de cobertura em torno dos 13%, em números absolutos, a uma quantidade razoável de pessoas que estão desprotegidas. “E, por tanto, também trazem risco para a comunidade como um todo, especialmente aqueles que têm contato mais próximo com setores de atendimento de Covid”.