Matas de Minas:Cafeicultores participam de encontro em Alto Caparaó.
Cerca de cem cafeicultores de diversos municípios da região das Matas de Minas participaram do 2º Encontro de Cafeicultores das Redes de Referência, promovido em Alto Caparaó, pelo Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas, nesta terça-feira, 13/12.
Durante todo o dia, palestras, painéis e depoimentos mostraram aos produtores, técnicos e os diretores das entidades integrantes do conselho o trabalho desenvolvido em torno da marca do café das Matas de Minas.
Logo após a abertura, realizada pelo Presidente Fernando Romeiro, o vice-presidente Sebastião de Lourdes Lopes e a técnica do Sebrae-MG Ereni Emerick, houve a apresentação dos resultados deste ano e a trajetória percorrida pelo projeto até agora.
O professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), José Luís Rufino, demonstrou os objetivos e importância das Redes de Referência. “Nós estamos aqui para passar conhecimento. É com informação que vocês conseguem produzir mais e melhor e vão obter resultados mais significativos para sua produção”, pontuou o professor Rufino.
A região das Matas de Minas é formada por 63 municípios e produz, em média, cinco milhões de sacas de café por ano – ou 25% da produção de Minas Gerais. Além disso, a cadeia produtiva do café responde por 60% do Produto Interno Bruto (PIB) de toda a região.
A segunda palestra demonstrou os resultados da gestão de custo de produção e gerenciamento de uma propriedade cafeeira. O palestrante convidado foi o engenheiro agrônomo e consultor técnico do Educampo Café, Flávio Borela Pena. Ele mostrou como os produtores da região inseridos no projeto conhecem suas fazendas, divididas por talhão. “Eles aprenderam a mensurar todos os processos e gerenciam suas propriedades. Tivemos ganhos significativos com a redução de custos e o controle efetivo de tudo que é gasto. Atualmente, a média é uma produção de 35 sacas por hectare com resultado positivo de 189 reais por saca”, explicou.
Os produtores Sérgio Cotrim Dalessandro e Mauro Heringer deram depoimentos interessantes dos resultados do projeto e da importância desse gerenciamento da fazenda.
MERCADO
Na parte da tarde, o encontro trouxe dois temas relacionados ao mercado. O primeiro foi o palestrante César de Castro Alves (MB Agro) sobre as Tendências do Mercado de Café.
Logo após, representantes de empresas e cooperativas de café falaram sobre a importância do segmento de cafés especiais. Há investimentos, inclusive, na formação de departamentos especializados na compra desses grãos diferenciados. O tema foi “Panorama e perspectivas do mercado de cafés especiais nas Matas de Minas”.
A última parte do encontro foi uma apresentação sobre a evolução e planejamento das ações para implantação do selo “Região Matas de Minas”, com o consultor e engenheiro agrônomo Sérgio D’Alessandro.
REDE DE REFERÊNCIA
A Rede de Referência do Café das Matas de Minas tem por objetivo promover o engajamento dos cafeicultores no esforço que está sendo feito para destacar a cafeicultura regional como um polo de produção cafeeira sustentável, de altíssima qualidade artesanal e de reconhecidos méritos pela comunidade local e pelos mercados interno e externo.
Na prática, o objetivo da Rede é multiplicar a matriz de qualidade e aproximar os produtores dos padrões esperados pelo mercado. Os cafeicultores integrantes da rede servem de modelo para as demais unidades produtoras.
PLANEJAMENTO
As entidades integrantes do Conselho das Matas de Minas também promoveram uma reunião de avaliação das ações de 2016, bem como discutiram planos para o próximo ano.
Ainda foi realizado o sorteio de uma televisão de 48 polegadas e um smartphone. A entidade ganhadora foi a Coocafé, cujo presidente Fernando Romeiro decidiu que o prêmio reverteria para o caixa do próprio conselho.