Luisburgo: Polícia Militar resgata reféns das mãos de pedreiro
A Polícia Militar conseguiu libertar pai e filho feitos reféns em Luisburgo sem disparar um tiro sequer. Durante a noite deste domingo, 22, Gercino Alves de Azevedo rendeu o aposentado Carmindo Borel, 89 anos, e seu filho René Borel, 55 anos, e se trancou num quarto com os dois, fazendo várias exigências para não matá-los ou mesmo se suicidar. Depois de quatro horas de negociação, o rapaz visivelmente transtornado psicologicamente se entregou.
O pedreiro Gercino, conhecido como Geci, de 47 anos, invadiu a casa de Carmindo Borel por volta de 19:30 horas. Dizendo que estava armado com um revólver, ele manteve o aposentado e o filho dele trancados num quarto. O tempo todo fazia ameaças de matá-los e de tirar a própria vida. Gritava que não tinha mais o que perder.
Chamados pela vizinhança, policiais militares fecharam a rua Nagem Jorge Tanus, no Bairro São Jorge, em Luisburgo. Com a casa cercada, começaram as negociações. Equipes de Manhuaçu foram chamadas e vários oficiais de serviço foram para o local. A partir de 20 horas, o capitão Luciano Reis começou a negociar com Gercino (foto).
TENSÃO
Foram mais de quatro horas de muita apreensão pontuadas por momentos de tensão em que Gercino não sabia o que fazer. Ficava perdido em meio às negociações e ameaçava os dois reféns.
No início, exigia a presença da imprensa, de um juiz, de um delegado e um carro para fugir às 8 horas desta segunda-feira. Irredutível nos primeiros momentos, os policiais levantaram que ele poderia estar com sérios problemas psiquiátricos. Com a chegada da imprensa, através do jornalista Carlos Henrique (Rádio Manhuaçu), e também do pastor José Carlos, da Assembléia de Deus, ele voltava a insistir que não sairia antes do amanhecer. O horário já tinha reduzido para 6 horas.
Gercino contou que teve um “chip” implantado em sua cabeça. Estava sendo rastreado 24 horas e que, caso se entregasse durante a noite, “essas pessoas” iriam matá-lo. Em outros momentos fantasiava histórias mais complexas e voltava dizendo quem conhecia.
Negociando o tempo todo com o pedreiro, os militares notaram que ele não tinha uma arma. “Foi necessário convencermos que ele se entregasse. Apesar de não ter a arma, ele tinha ferramentas no quarto que poderiam ser usadas para ferir as vítimas. Eram instrumentos dos próprios moradores”, contou o Capitão Luciano Reis. Gercino tinha colocado uma mesa e móveis atrás da porta.
Após aproximadamente quatro horas de negociação, por volta de meia-noite, ele foi convencido a se entregar. Saiu ileso do quarto. Os policiais não fizeram um disparo sequer. Renê foi socorrido com um ferimento na testa provocado por um golpe de martelo dado por Geci. O aposentado estava somente com um pequeno corte no antebraço.
Gercino apresentava transtornos psicológicos e insistia em sua história de que estava sendo monitorado. A polícia acredita que outros problemas familiares e amorosos tenham levado o rapaz ao estado em que chegou. No sábado, conforme registro do Corpo de Bombeiros, ele tentou se matar no bairro Bom Jardim, em Manhuaçu. Foi socorrido ao pronto atendimento e liberado.
O pedreiro foi preso e conduzido para a 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil, onde foi autuado.
Notícia Portal Caparaó
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