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Hospitalizações e mortes por Covid crescem entre os mais jovens, diz Fiocruz.

Em cenário de colapso no sistema de saúde, mortes de pessoas dos 30 aos 59 aumentaram mais do que a da população em geral.

Internação de menores de 60 anos pressiona sistema de saúde em momento de colapso

A atual onda da pandemia de Covid-19 no Brasil é “rejuvenescida” e a doença tem atingido pessoas mais jovens, segundo análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O aumento de casos entre quem está na faixa dos 30 aos 59 anos é quase o dobro do crescimento das infecções confirmadas na população em geral. Entre quem tem de 30 a 39 anos, 40 a 49 e 50 a 59, a alta desde o começo do ano foi de 565%, 626% e 525%, respectivamente. Já entre toda a população, foi de 316%.

“O número de casos, hospitalizações e mortes entre pessoas com menos de 60 anos cresce mais rápido do que em idosos. O risco, portanto, para incidência e mortalidade vem aumentando gradativamente para quem não é idoso e é, via de regra, saudável”, descreve a fundação, em seu boletim mais recente.

Pessoas abaixo dos 60 também têm morrido mais. As mortes da população de 30 a 39 anos, 40 a 49 e 50 a 59, subiram 352%, 419% e 317%, consecutivamente, enquanto, na população como um todo, o aumento foi de 223%. O agravamento da pandemia entre os mais jovens se reflete no colapso do sistema de saúde em todo o Brasil: como costumam ter uma saúde mais estável do que os idosos, essas pessoas passam mais tempo internadas, o que pressiona a alta da ocupação de leitos.

Nesse cenário, a taxa de letalidade da Covid-19 no Brasil cresceu, passando de 2% no final de 2020 para 3,1%.  “Esse cenário é preocupante, já que indica que pode estar havendo uma situação de desassistência a pacientes com quadros graves de Covid-19. Esse indicador é calculado pela proporção de casos que resultaram em óbitos por Covid-19. Os valores elevados de letalidade revelam falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde, como a insuficiência de testes diagnóstico, identificação de grupos vulneráveis e encaminhamento de doentes graves”, descreve a Fiocruz.

Os dados utilizados pela entidade consideram o período até o dia 13 de março.

Fiocruz reafirma necessidade de lockdown nacional

A Fiocruz reforça a necessidade de um lockdown coordenado em todo o Brasil para tentar frear a escalada de casos e mortes por Covid-19. A medida precisaria valer por pelo menos 14 dias em todas as regiões onde a ocupação de leitos para casos graves tenha ultrapassado 85% – em Minas Gerais, que vive a Onda Roxa, essa só não é uma realidade nas macrorregiões Jequitinhonha, Nordeste e Triângulo do Norte.

A fundação pontua, ainda, que as variantes mais contagiosas do coronavírus que circulam pelo Brasil são fruto da grande circulação de pessoas. Isso ocorre porque o vírus sofre mutações a cada vez que se replica. Por isso, quanto mais pessoas se reunirem e se contaminarem, maiores as chances de ele se tornar eventualmente mais perigoso.

Informação: “O Tempo

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