Época de chuva favorece acidentes com animais peçonhentos.
Na temporada de chuvas, os acidentes envolvendo animais peçonhentos são mais frequentes. Isso porque é nessa época do ano que eles saem em busca de lugares secos para se abrigar, aumentando assim a probabilidade de estarem presentes nas residências e em locais secos e cobertos.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais (CIATox MG), no Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), atende cerca de 2 mil casos de envenenamentos por mês. O serviço conta com equipe médica disponível 24 horas, todos os dias da semana, para prestar orientações, por telefone, à população e aos profissionais da área da saúde sobre intoxicações agudas e acidentes com animais peçonhentos, além do atendimento presencial.
“Na região Sudeste, este período coincide com o fim da primavera e início do verão. São meses em que há uma maior atividade dos animais e isso leva ao risco de acidentes. Destacam-se casos envolvendo a lagarta Lonomia (de cor verde) como potencialmente graves, cuja incidência aumenta significativamente de novembro a março, assim como mordida de cobra”, afirma o médico e coordenador da Toxicologia do HJXXIII, Adebal Andrade Filho.
Segundo dados do CIATox, em 2021, até o dia 15/11 foram atendidos pelo serviço 1.288 acidentes com escorpiões, 609 com serpentes, 598 com aranhas, 514 com lagartas e 121 com abelhas.
Adebal Andrade orienta sobre os primeiros socorros em casos de acidentes mais graves: “A primeira providência é afastar a vítima do animal peçonhento. Se possível, fotografá-lo, em vários ângulos, para que possa ser identificado pela equipe que atenderá o paciente. Caso seja capturado, é importante levá-lo, em segurança, para o local de atendimento. Tais procedimentos tornam o tratamento mais ágil e seguro”, explica o especialista, que ainda ressalta a necessidade de avaliação médica imediata. “Em algumas situações, a evolução para um quadro grave pode ser rápida como, por exemplo, em acidentes com abelhas, escorpiões e cobras corais”.
Prevenção
O coordenador da Toxicologia do HJXXIII explica também como situações de risco podem ser evitadas. “Os acidentes ocorrem tanto em jardins, quintais e plantações quanto no interior dos domicílios. As regiões do corpo mais atingidas são mãos, braços, pés e pernas. Por isso, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s) consegue prevenir mais de 80% dos casos. Já para se evitar acidentes em casa, é importante usar telas nas pias e nos ralos e manter a limpeza de áreas externas, evitando o acúmulo de entulhos e proliferação de baratas e ratos, que servem de alimento para vários animais peçonhentos”, afirma.
Em caso de acidentes, o CIATox pode ser acionado para orientações sobre os primeiros socorros até o encaminhamento à unidade de saúde. Os telefones são (31) 3224-4000, 3239-9390, 3239-9308 ou 0800-7226001.