“Elevação de preço mínimo do café é prioridade”, defende presidente da FAEMG.
Produtores mineiros estão em plena campanha por medidas que ponham fim à crise do café, cujos impactos já começam a afetar a economia de pelo menos 400 municípios do estado. Principal reinvindicação do setor, a elevação do preço da saca de 60kg – dos atuais R$ 261 para R$ 340 – está prevista para ser votada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), amanhã (25/4), em Brasília.
Nos últimos dias, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Roberto Simões, esteve reunido com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, pedindo apoio à reinvindicação. No último sábado (20/4), Simões recebeu a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, em Guaxupé; para debaterem a crise e traçarem estratégias de ação com cafeicultores e representantes de cooperativas, sindicatos e lideranças politicas do Sul de Minas.
Roberto Simões destacou que a elevação do preço mínimo do café é prioridade, já que o grão tem sido cotado abaixo dos custos de produção, sem qualquer razão além da especulação de mercado: “Todas estas políticas de garantia que pedimos já foram usadas em diversas ocasiões, sempre com resultados positivos para a economia brasileira e sem grandes ônus para o Governo. Basta que ele sinalize que está garantindo a compra e os preços, que o mercado reagirá, seguindo um caminho tão necessário para milhares de produtores e, de forma geral, para todo o povo brasileiro”.
| O Café em Minas – Os baixos preços do café têm impacto direto na economia mineira. O grão é cultivado em 607 dos 853 municípios do Estado, sendo a principal atividade econômica em 340.
Se Minas fosse um país, seria o maior produtor mundial de café. Para se ter uma ideia, no ano-safra 2012/2013, uma em cada cinco xícaras de café consumidas no mundo saiu de Minas Gerais. Maior colheita nos 300 anos de cultivo do grão no Brasil, a safra 2012 totalizou 50,48 milhões de sacas em todo o país, um crescimento de 16,1% em comparação com a anterior. Deste total, 26,63 milhões (cerca de 52%) tiveram origem em Minas Gerais, em área plantada de 1,1 milhão de hectares, distribuídos por mais de 600 municípios.. Segundo a OIC a produção mundial no período foi de 127,41 milhões de sacas, o que confirma a participação mineira da ordem de 20,9%. Para 2013, safra de ciclo baixo, a produção esperada para o país é de cerca de 47 milhões de sacas, sendo 25,7 milhões produzidas em Minas Gerais.
Em 2012, o café respondeu por R$ 11,4 bilhões (produção e indústria), ou 8,6% do PIB do agronegócio mineiro, que somou R$ 132,4 bilhões. O Valor Bruto da Produção de Café em 2012 somou R$ 10,9 bilhões, com a saca comercializada a um preço médio de R$ 407,60. O VBP do café representa 31% do valor da soma dos 20 principais produtos agrícolas de Minas Gerais. Para 2013, o VBP de café está estimado em R$ 8 bilhões.
O café é também o principal produto de exportação do agronegócio e o segundo na pauta total de Minas Gerais, atrás apenas do minério de ferro. Em todo o ano de 2012, as exportações de café por Minas Gerais somaram US$ 3,8 bilhões., o equivalente a 48% das vendas internacionais do agronegócio. Os principais destinos foram Alemanha, Estados Unidos, Japão e Itália, que juntos responderam por 59,8% das compras de café. Somente no primeiro bimestre de 2013, 2,8 milhões de sacas saíram de Minas rumo ao exterior, rendimento de US$ 561,1 milhões.