“Demora do preço mínimo do café demonstra descaso”, diz FAEMG
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Roberto Simões, criticou na tarde dessa quinta-feira (2/5) a lentidão do Governo Federal em estabelecer um novo preço mínimo para o café. “A cada dia que passa, pior é a situação para o produtor. Em momento de início de colheita, e frente aos baixos preços no mercado, cresce a insegurança do cafeicultor. Nos surpreende a pouca importância que o Governo está dando para uma atividade tão importante para o Brasil e, especialmente, para Minas Gerais”, afirmou.
Para o presidente das Comissões de Café da entidade e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, o setor produtivo tem recebido com grande estranheza o adiamento da decisão. “É uma sensação de surpresa e, ao mesmo tempo, de descaso ao perceber que o Governo não valoriza o trabalho de uma entidade como a Conab, que é o órgão oficial de levantamento do país”. Mesquita também destacou a desmotivação dos cafeicultores em função da demora do novo mínimo. “A falta de garantias coloca um freio no setor produtivo. O produtor tem feito sua parte, mas se ele não vislumbra preços que cubram sequer seu custo e não há apoio governamental para trabalhar este cenário, o resultado é desolador. É um impacto na vida de mais de oito milhões de brasileiros que vivem de forma direta ou indireta do setor cafeeiro”.
| Mobilização – Desde o começo do ano, tem sido intensa a campanha mineira liderada pela FAEMG pela elevação do preço mínimo do café. O valor de garantia de R$ 261 não é revisto desde 2009. Nos últimos dias, Roberto Simões esteve reunido com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e com a senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu, pedindo apoio à reivindicação. A Federação mineira promoveu ainda intensa mobilização junto aos produtores, sindicatos, cooperativas e lideranças regionais da cafeicultura em todo o estado, com envio de centenas de e-mails, telegramas e telefonemas ao Ministério da Agricultura pela aprovação.
A revisão, que deveria ser votada na última semana pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), acabou sendo passada ao Ministério da Agricultura. O anúncio, previsto para a tarde de ontem (2/5), foi cancelado de última hora, sem maiores explicações e ainda não tem nova data para acontecer.