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Covid: Casos de variante Delta em RJ e SP causam preocupação.

Israel começou sua campanha de vacinação no final de dezembro e agora mostra preocupação com a variante delta.

Casos da variante delta confirmados  no início desta semana em duas cidades do Estado do Rio de Janeiro e na capital paulista acendem um alerta em todo o Brasil. Há fortes indícios de que existe transmissão comunitária da cepa identificada primeiramente na Índia e apontada pela Organização Mundial da Saúde como uma variante de atenção em nível global.

Até o início de julho, a variante já havia se espalhado por 98 países, independentemente das taxas de vacinação da população dessas nações. Até mesmo países com altos índices de imunização, como Reino Unido e Israel, registraram aumento de casos de Covid nos últimos meses – fato atribuído à circulação da cepa indiana.

Israel chegou a registrar ontem 500 novas infecções, maior número desde o dia 30 de março. Já o Reino Unido tem hoje, proporcionalmente, mais confirmações da doença por dia do que o Brasil, conforme o site Our World in Data. São 360 casos diários a cada milhão de habitantes no país europeu, enquanto por aqui a média está em 234.

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Para o infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG Unaí Tupinambás, existe uma preocupação de que essa cepa se espalhe pelo Brasil como aconteceu em outras nações.

“A variante paira sobre nossa cabeça no Brasil e no mundo inteiro. Veja o que está acontecendo na Inglaterra, em Israel, Rússia e Portugal, onde a variante parece escapar da resposta imune da vacina. O imunizante protege contra casos graves, mas as pessoas ficam sintomáticas. A notícia boa é que a vacinação reduz muito os casos graves”, explica.

Segundo ele, embora os indicadores estejam melhorando no Brasil, o país ainda registra um número bastante expressivo de infecções de Covid. Além da sombra da variante delta, ainda vive o risco de sofrer com outras cepas do coronavírus. “A despeito de o Rt (transmissão por infectado) estar abaixo de 1,00, a incidência de casos diários é muito alta ainda, o que propicia aparecimento de mutações, e elas podem evadir da resposta imune. Então temos que avançar na vacinação e manter cuidados não farmacológicos”, afirma o médico, completando que uma disseminação da delta poderia levar a mais casos de reinfecção de Covid.

Neste momento, o Brasil aplicou 100,13 milhões de doses de vacinas contra a Covid. São quase 26 milhões de pessoas que terminaram o esquema vacinal, cerca de 16% dos 158 milhões totalmente imunizadas. De acordo com Tupinambás, para que a variante delta não avance pelo país, é fundamental que os brasileiros completem o esquema vacinal.

Duas mortes

Até a semana passada, 11 casos haviam sido confirmados da cepa indiana no Brasil. Um deles refere-se a um caso identificado em maio, em Juiz de Fora, de um homem que havia chegado de viagem da Índia. Houve monitoramento e não houve transmissão para outras pessoas na cidade mineira.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) afirma que tem ampliado as ações de vigilância genômica do coronavírus e realiza amostragem de casos em diferentes municípios para investigação laboratorial.

No Brasil, já foram confirmadas duas mortes de pessoas infectadas pela cepa indiana – uma mulher grávida de 42 anos no Paraná e um tripulante do navio estrangeiro atracado no porto de São Luís, no Maranhão. Ele tinha 54 anos e havia ficado internado por 43 dias.

A Prefeitura de São Paulo já confirmou que há indícios de que existe transmissão comunitária da variante delta na cidade. O caso confirmado é de um homem de 45 anos, com sintomas leves, que adoeceu em meados de junho. Ele e toda a família estão isolados em casa e são monitorados.

Já a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou casos ocorridos em meados do mês passado nas cidades de Seropédica e São João de Meriti. Os municípios foram comunicados e estão investigando se são transmissões autóctones, ou seja, ocorridas dentro do Estado, ou importadas.

Um caso da cepa indiana já havia sido anotado no Estado em maio deste ano.
Embora a cepa indiana provoque preocupação, a variante gama (P1) continua sendo a mais prevalecente em todo o país. (Com agências)

Tire suas dúvidas

A variante delta é mais perigosa?

Sim. Ela se espalha muito rapidamente, e estimativas apontam que é pelo menos 50% mais transmissível do que as variantes anteriores.

Quais as complicações disso?

Isso quer dizer que a delta tem uma maior facilidade de infectar o corpo humano. Com menos infectados, é provável que também apareça um número maior de pessoas com a forma mais grave da Covid-19 .

A variante delta gera sintomas diferentes nos infectados?

Aparentemente sim. Dados de um estudo britânico apontaram uma mudança nos sintomas da doença quando a variante delta passou a ser dominante. Agora, os cinco principais sintomas são dor de cabeça, coriza, espirros e dor de garganta – inicialmente mais parecidos com os de uma gripe. O mesmo estudo aponta que sintomas antes muito frequentes, como perda de olfato (anosmia) e febre, são menos comuns com a delta.

Pessoas vacinadas estão protegidas contra a variante delta?

Sim. Estudos mostram que pessoas vacinadas contra a Covid-19 têm risco muito menor de hospitalização ou da forma mais grave devido a qualquer uma das variantes em circulação. No entanto, nenhuma vacina tem 100% de eficácia contra a morte por Covid-19, e a variante delta parece ser mais resistente. Dados do Ministério da Saúde de Israel mostraram que a vacina se tornou menos eficaz desde que a variante delta se espalhou pelo país.

Quais a melhor forma de prevenção contra a delta?
Todas as medidas de proteção contra o coronavírus podem proteger contra a delta. Assim, a barreira física da máscara, o distanciamento social e a higiene das mãos são essenciais e devem ser feitas da maneira correta.

Por CINTHYA OLIVEIRA – 07/07/21 – 03h00

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