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História

A região de Carangola era habitada pelos índios Coroados e Puris que haviam sido expulsos do litoral pelos colonizadores. As perseguições obrigaram esses índios a deixarem o litoral e a se embrenharem nas matas do Rio Paraíba, e, à medida que o povoamento avançava, eles subiram gradativamente pelos afluentes e sub-afluentes Pomba, Muriaé e Carangola. Para sobreviverem em um meio ambiente desconhecido, adotaram novas formas de vida. Os cabelos, por exemplo, que eram longos quando viviam no litoral, foram cortados devido à floresta densa, surgindo, daí, as denominações dadas pelos exploradores portugueses de “Arrepiados” e “Coroados”.

Durante o período colonial a área geográfica onde hoje se encontra o município de Carangola pertenceu à Capitania Hereditária do Espírito Santo. No século XVII, o governador da Capitania do Rio de Janeiro concedeu as primeiras sesmarias no vale dos rios Paraíba, Pomba e Muriaé até o sudeste de Minas Gerais, na atual região da Zona da Mata. Os sesmeiros da região entre os Campos dos Goitacazes, Macaé e Carangola foram os irmãos Gonçalo, Manuel e Duarte Corrêa de Sá.

Com a criação da Capitania de Minas Gerais e suas três primeiras vilas no século XVIII, surgiram as jurisdições territoriais. A Vila do Ribeirão do Carmo (atual Mariana) incorporou a área geográfica constituída pelos sertões dos rios Pomba e Doce, o que incluía toda a Zona da Mata. Portanto, primitivamente, a área geográfica de Carangola pertenceu a Mariana.

Nos mapas da Capitania de Minas Gerais, de 1780, já consta o Rio Carangola com esse nome e o traçado ali delineado demonstra que o cartógrafo tinha conhecimento exato do curso desse rio. Mas constitui ainda uma incógnita, se algum aventureiro, ou bandeirante, esteve ou ao menos passou por Carangola durante o século XVIII.

Durante o século XVIII, a Zona da Mata, onde está situada Carangola, era interditada à exploração econômica, constituía a chamada “Zona Proibida” para evitar o contrabando do ouro produzido no centro da Capitania. A medida governamental visava obter um melhor controle, de forma que o ouro escoasse para o Rio de Janeiro somente através do caminho novo. Havia, inclusive, vigilância para evitar penetrações.

Mesmo assim, algumas penetrações foram empreendidas por ordem de alguns governadores. Duas dessas, entretanto, aproximaram-se do Vale do Rio Carangola. Em 1734, Matias Barbosa da Silva, o grande explorador e um dos abridores da Picada Goiáz, por ordem do Conde das Galvêias, atingiu as Escadinhas da Natividade, fundando, então, o presídio do Abre Campo. Dessa forma, um núcleo de povoamento foi instalado a menos de seis léguas do Córrego da Pimenta, nascente do Rio Carangola.

A origem do nome Carangola é um enigma. As versões que procuram explicá-la são:

  • cara-de-angola, forma de pintura facial dos índios coroados; cará-do-angola, uma espécie de capim; estes nomes teriam surgido depois que o colonizador branco começou a povoar as margens do rio no século XIX.
  • Existem também as versões de origem indígena para o nome: “Diabo Velho dos Matos”, “Capim Redondo” e “Rio que Arranha”. Mas, há alguma possibilidade do termo ser de origem africana. A região que hoje constitui fronteira entre a Costa do Marfim e as Repúblicas de Mali e Alto Volta, no século XVII, tinha a denominação de “Caracoles”.
  • Entre os crentes do Candomblé, existe uma entidade denominada “Exu-Carangola”.

Estas são as versões existentes, não havendo uma direção a ser indicada como certa.

Não se sabe exatamente a data da chegada dos primeiros povoadores de Carangola. Entretanto, a partir das primeiras décadas do século XIX, aventureiros começam a passar pela região em busca de novas terras. Uma versão diz que, no ano de 1805, a Vila de Arrepiados foi sitiada por duas vezes pelos índios Arrepiados, e que, para levantar ambos os cercos, o Capitão João Fernandes de Lana, ou Lannes, financiou, armou e comandou duas “bandeiras” contra os índios.

A outra versão afirma que José Lannes Dantas Brandão, vindo de São João Batista do Presídio, atual Visconde do Rio Branco, veio se refugiar nestas paragens, tendo se apossado das terras banhadas pelo Rio São Mateus.

A tradição oral afirma que “os Lannes” embrenharam-se pela floresta e chegaram ao local acampando às margens de um córrego onde está atualmente o Jardim da Praça Coronel Maximiano. Não há como fixar uma data exata, mas supõe-se que tenha ocorrido durante a primeira década do século XIX, entre 1805 e 1810. Em 1820, o Guarda-Mor Manoel Esteves de Lima abriu uma picada na Serra dos Arrepiados que, passando por Carangola, penetrou na província do Espírito Santo e atingiu o litoral pela Vila de Itapemirim.

Em 1833, o tenente Coronel José Batista da Cunha e Castro desbravou a região de Divino. Há indícios de que, em 1842, já existia um núcleo de povoamento em Carangola e que o mesmo já possuía essa denominação.

Em 1848, Manoel Francisco Pinheiro e José Gonçalves de Araújo introduziram na região a cultura do café, plantando os primeiros exemplares em Caiana.

Em 1859, por iniciativa do Vigário de Tombos, Padre Antônio Bento Machado, foi decidida a construção de uma Igreja Matriz, que passou a ser conhecida como “Santa Luzia do Carangola”.

A Lei n° 2.500, de 12 de Novembro de 1878, elevou a Vila à categoria de cidade, mas, apenas em 7 de Janeiro de 1882, foi oficialmente instalado o município.

8 thoughts on “História

  1. Pessoal moro na capital do PR,sou bisneto de Joaquim Gomes de Oliveira pelo lado materno o filho dele q é meu avô chama Izael Gomes de Oliveira nasceu em 1920,pelo lado paterno meu bisavô João Rodrigues da Silva e meu avô filho dele João Cândido da Silva,não foi inclusos na história,se alguém for desta linhagem me procurem por favor (41) 999371279

  2. Sou de Carangola, moro a 30 anos em São Paulo e não conheço meu pai biológico que era comerciante em Carangola em 1962 (ano em que nasci). Minha mãe, Odete Rosa Rodrigues (falecida), jamais revelou a identidade de meu pai. Preciso de informações sobre quem era proprietário do Hotel Central em 1962. Agradeceria ajuda dos conterrâneos.

    Luzdalva S. Magi

  3. boa historia, mas falta muito.deixaram de falar sob a lª cidade da America Latina a fabricar Porcelana, falar em porcelana onde esta!
    tambem a Fabrica de tecidos e outros monumentos com pau grande, e outros.
    agostaria de saber mais

  4. Gostaria de saber quais referencias que vc usou para escrever o texto. Muito provavelmente vc usou o livro do Rogério Carelli e não o citou. Vamos divulgar-lo pois foi uma contribuição entanto para a história de Carangola que um fruto de anos da vida desse pesquisador.

    Adorei o seu texto!!!Com varias passagens que ainda não tinha conhecimento!!!!! Parabéns pelo seu ótimo texto. Por favor continue a publicar texto com essa linha isso só nos esclarece.

    Forte abraço.

  5. Adorei a história, mas gostaria de saber sobre a Igreja da Matriz, a data de sua constrição, a história da arte pintada no seu teto, os casamentos ilustres que ali ocorreram. Seria bem legal se pudesse acrescentar neste site. bjs e obrigada

  6. Interessante toda situação da cidade. Mas deixaram de dizer as primeiras familias que povoaram a cidade Familias Carlos Silva e Ladeira.. Inclusive no livro de centenário de Carangola consta estes dados. Tem um historiador em Carangola que sabe de muita coisa , acervo importante e riquíssimo. Conhecido como Carelli, nao sei se encontra vivo ainda….

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