A falsa divindade de um ídolo.
As vezes a vida nos prega uma peça e nos surpreende absurdamente. A morte de Michael deixou isso bem claro. Mas, por que isso acontece?
Acredito que a mania de ‘‘tornar divino’’ o humano, ou ‘‘eternizar’’ o mortal, é uma rasteira que damos em nós mesmos.
Quem poderia imaginar que o Rei do Pop morreria assim? Que aquele ‘‘personagem’’ que me chamava atenção aos cinco anos de idade, morreria tragicamente? Não aprendemos com John Lennon? Com Elvis?
De fato, uma crônica, com mais perguntas do que respostas, será publicada como minha homenagem a este ‘‘divino-homem’’, que fez sua história na música.
Influência não só minha, mas de todos da minha geração, Michael Jackson revolucionou a música, a dança e a produção do vídeo-clipe. Algo que fugia a realidade do cenário musical de sua época. Um artista completo, que teve sua vida marcada por inúmeros boatos, acusações e polêmicas.
Mas, como exigir algo, de uma pessoa criada para ser um artista? Como exigir algo de um ser que teve sua infância anulada, por um pai que tinha como meta o sucesso desenfreado do filho?
Essas e outras questões deveriam ser respondidas também pela imprensa mundial, que tanto trabalhou pela imagem negativa do ‘‘Rei do Pop’’.
Essa publicação não tem como finalidade defender essa ou aquela opinião, mas propõe uma reflexão de que todo ser humano possui seus defeitos e limitações e que a velha mania de ‘‘tornar divino’’ o humano, frustra o resultado final.
Muitos revolucionários dependem de uma arma para deixar sua marca na história. O caso de Michael foi diferente. Deixou suas canções. Uma arma que não fere, e sim, encanta os corações.
Minhas sinceras homenagens.
Obrigado por fazer parte da minha infância e por influenciar a minha geração.
Michael Jackson 1958 – 2009
Olá Randolpho. De fato, acontece de uma pessoa pública, seja ela artista, político, etc., ser “divinizada”, ser “endeusada”. Aqui no Brasil, há o caso do ex-presidente Getúlio Vargas. Não há como negar que ele proporcionou melhorias para os brasileiros, com é o caso do salário mínimo (que hoje poderia ser chamado de “microscópico”, de tão baixo que é), a criação da CSN, em Volta Redonda, a qual permitiu a posterior industrialização. Muitas pessoas mais velhas o veem com “o melhor presidente que o Brasil já teve”, mas essas pessoas não percebem que ele, na verdade, era populista, ou seja, ao mesmo tempo que era o “pai dos pobres”, era também a “mãe dos ricos”. Vale lembrar também da propaganda, nisso ele era considerado um especialista. Esse três fatores ajudaram na construção do mito (posso estar errado, mas acredito que hajam outros mais). Passados 55 anos do suicídio dele, seu mito ainda sobrevive na mentalidade brasileira, devido a todos os seus feitos.